quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

INCLUSÃO QUE FUNCIONA - parte II


TODOS JUNTOS, SEM PRECONCEITO
Em 1999, a Secretaria Municipal de educação de Sorocaba, a 120 Km de São Paulo, acabou com as classes especiais e passou a matricular todos no sistema regular de ensino. Para auxiliar o processo, foram criados o Núcleo de Capacitação para o ensino Fundamental - composto por supervisores, coordenadores e professores formados que promovem o treinamento continuado do quadro docente - e a Seção de Apoio Psicológico e Terapêutico - responsavel pelo atendimento extracurricular dos alunos.
Hoje a rede municipal conta com 304 estudantes deficientes, de um total de 40 mil matriculados em 124 unidades. "Desde o início do projeto, a evasão diminui e o preconceito foi podado pela raiz", comenta Teresinha Del Cístia, a atual secretária da Educação. Veja as principais medidas que garantem o sucesso da proposta:
# Estimulo para que as escolas elaborem uma proposta pedagógica, diagnosticando a demanda por atendimento especial.
# Criação de um currículo que reflita o meio social.
# Apoio à descentralização da gestão administrativa.
# Oferta de trasnporte escolar para todos.

O QUE AS LEIS DIZEM
A Constiuição garante a todos o Acesso à escola. "Toda a unidade deve atender os princípios legais e não pode excluir niguém", explica Eugênia Fávero, procuradora dos Direitos do Cidadão de São Paulo. a legislação mais recente sbre o assunto é a Convenção de Guatemala. O documento, promulgado no Brasil por decreto em 2001, reafirma que todas as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos e liberdades que as demais.

MUITO MAIS QUE INTEGRAÇÃO
A inclusão de alunos com deficiência em classes regulares representa um avanço histórico no movimento de integração, que pressupunha algum tipo de treinamento do deficiente para permitir sua participação no processo educativo comum. "A inclusão postula uma reestruturção no sistema de ensino, com o objetivo de fazer com que a escola se torne aberta as diferenças e competente para trabalhar com todos os educandos, sem distinção de raça, classe, gênerosou características pessoais", explica Cláudia Dutra, secretária de Educação Especial do MEC. Por isso, reforça ela, todas as crianças que estão nas escolas especiaias têm o direito constitucional de entrar no sistema regular, em turmas condizentes com sua idade.

AGORA, AS AULAS FAZEM SENTIDO
Era rotina. Durante as aulas, enquanto a professora Marta Seibert explicava os conteúdos, Shaiane Esdral 16 anos, levantava-se da carteira e saía em direção ao pátio. "Tchau", dizia a menina, sorrindo. Todos pensavam que era uma manisfetação atípica causada pela síndrome de down. E lá iam professore e coordenadores resgatar a jovem. "Foi então que eu percebi. O problema não estava nela, mas no meu jeito de dar aula", afirma a professora da 4ª série da Escola Municipal Dora Abreu, em Cachoeira do Sul, a 200 quilômetros de Porto Alegre. O ensino não fazia sentido para a classe. Sua didática era mecãnica e não cativava. "Só que a maioria ,por comodidade, fingia que estava tudo bem".
relatos como o de Marta são comuns na escola, que atende outra menina com síndrome de down, Vanessa Pereira, 18 anos. "Essas garotas trasnformaram nossa realidade ao revelar que o fazer pedagógicom estava falho. Fizeram-nos refletir sobre a realidade da comunidade e a heterogeneidade do público", relata Marta Satoretto, diretora da Associação dos Famíiliares e Amigos do Down, orientação que orienta o corpo docente desde 1998. Enre os procedimentos adotados destacam-se:
# Trabalho em grupo e atividades diversificadas que possam ter diversos níveis de compreensão e desempenho.
# Predomínio da experimentação, da criação, da descoberta e da co-autoria do conheicmento.
# Elaboração de debates, pesquisas e registros escritos.
# Avaliação do desenvolvimento da turma do ponto de vista da evolução das competências.
O trabalho passou a funcionar ainda melhor com uma mudança de postura. "De 'inspetora' passei a ajudante dos professores", conta Vaneza Nunes, coordenadora da Dora Abreu. "Hoje, ouço as dificuldades da equipe e vou atrás livors e orientações para cada situação. e nosso horário de trabalho coletivo virou um grande espaço de discussão".


FONTE: Revista Nova Escola; Setembro de 2003; páginas 42 à 47


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