quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

INCLUSÃO QUE FUNCIONA - parte I


INCLUSÃO QUE FUNCIONA - parte I

Mais do que criar condições para os deficientes, a inclusão é um desafio que implica mudar a escola como um todo, no projeto pedagógico, na postura diante dos alunos, na filosofia...

Valorizar as peculiaridades de cada aluno, atender a todos na escola, incorporar a diversidade, sem nenhum tipo de distinção. Nunca o tema da inclusão de crianças deficientes esteve tão presente no dia-a-dia da educação - e isso é uma ótima notícia. Tal qual um caleidoscópio, que forma imagens com pedras de vários tamanhos, cores e formas, cada vez mais professores estão percebendo que as diferenças não só devem ser aceitas, mas também acolhidas como subsídio para montar (ou completar) o cenário escolar. E não se trata apenas de admitir a matrícula desses meninos e dessas meninas - isso nada mais é do que cumprir a lei. O que realmente vale (e, felizmente, muitos estão fazendo) é oferecer serviços complementares, adotar práticas criativas na sala de aula, adaptar o projeto político pedagógico, rever posturas e construir uma nova filosofia educativa.


MUDAR É DIFÍCIL, MAS COMPENSA

Essa mudança é simples? É claro que não. Na verdade, ainda é difícil encontrar professores que afirmem estar preparados para receber em classe um estudante deficiente. A inclusão é um processo cheio de imprevistos, sem fórmulas prontas e que exige aperfeiçoamento constante. "Do ponto de vista burocrático, cabe ao corpo diretivo buscar orientação e suporte das associações de assistência e das autoridades médicas e educacionais sempre que a matrícula de um deficiente é solicitada", explica Claúdia Dutra, secretária da Educação Especial do Ministério da Educação.

"Do ponto de vista pedagógico, a construção desse modelo implica transformar a escola, no que diz respeito ao currículo, à avaliação e, principalmente, às atitudes", completa Maria Teresa Mantoan, coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade da Universidade de Campinas. "Não podemos continuar segregando essas crianças em escolas especiais, que oferecem um ensino pouco estimulante". quem enfrenta o desafio garante: quando a escola muda de verdade, melhora muito, pois passa a acolher melhor todos os estudantes (até os considerados "normais").


ONDE ESTUDAM OS DEFICIENTES

Há 110 mil alunos com alguma deficiência estudando em escolas regulares, segundo o Inep. O Censo 2002 mostra que a inclusão vem ganhando espeço - desde 1998, aumento 135% - , mas ainda é minoria. Cerca de 340 mil crianças com deficiência - a mental é a mais comum, seguida da auditiva, da visual e da física - estão segregadas.


FONTE: Revista Nova Escola; setembro de 2003; páginas 42 à 47.

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