domingo, 5 de abril de 2009

INCLUSÃO QUE DÁ CERTO - parte III


CUIDADOS DIFERENTES PARA CADA DEFICIÊNCIA
Na educação inclusiva não se espera qua a pessoa com deficiência se adapte à escol,a mas que esta se transforme de forma a possibilitar a inserção dela. Para isso, algumas orientações são úteis. As que estão a seguir mesclam informações do Kit Escola Viva, criado pelo MEC em conjunto com a Associação Sorri Brasil, com indicações elaboradas pela Procuradoria Federal dos Direiros do Cidadão. Vale lembrar que os serviços de apoio não substituem o professor da escola regular.

AUDITIVA
Sempre fale de frente. A escola precisa providenciar um instrutor para a criança que não conhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), mas cujos pais tenham optado pelo uso dessa forma de comunicação. Esse profissional deve estar disponível para ensinar os professores e as demais crianças. O ideal é ter também fonoaudiólogos disponíveis.
Sugestões:
1. Consiga junto ao médico do estudante informações sobre o funcionamento e a potência do aparelho auditivo que ele usa.
2. Garanta que ele possa ver, do lugar onde estiver sentado, seus lábios. Ou seja, nunca fale de costas para a classe.
3. Solicite que o estudante repite suas instruções para se certificar que a proposta foi compreendida.
4. Use representações gráficas para introduzir conceitos novos.
5. Oriente o restante da classe a falar sempre de frente para o deficiente.

VISUAL
Material específico. A escola deve solicitar à mantenedora o material didático necessário - reglete (régua pra escrever em braille) e soroban -, além da presença de um profissional para ensinar a criança cega, os colegas e os professores a ler e escrever em braille. O deficiente deve contar com tratamento oftalmológico e receber, na rede ou em instituições especializadas, instruções sobre mobilidade e locomoção nas ruas. Deve também conhecer e aprender a utilizar ferramentas de comunicação, como sintetizadores de voz que permitem ao cego escrever e ler via computador. Em termos de acessibilidade, o ideal é colocar cercados no chão, abaixo dos extintores de incêndio, e instalar corrimão nas escadas.
Sugestões:
1. Pergunte ao aluno e a família quais são as necessidades dele.
2. A melhor maneira de guiar o cego é oferecer-lhe o braço flexionado, de forma que ele possa segurá-lo pelo cotovelo.
3. Descreva os ambientes com detalhes e não mude os móveis de lugar com frequência. Os recursos didáticos aconselháveis são: lupa, livro falado e materiais desportivos como bola de guizo.
4. Busque na turma colegas dipostos a ajudá-lo.
5. Substitua explicações com gestos por atividades que o deficiente se movimente. Por exemplo: forme uma roda com a criançada para explicar o movimento de translação da terra.

FÍSICA
Adaptar os espaços. todas as escolas devem eliminar as barreiras arquitetônicas mesmo que não tenha jovens com deficiências matriculados. As adaptações do edifício incluem: rampas de acesso, instalação de barras de apoio e alargamento das portas. no caso de haver deficientes físicos nas classes, a modelagem do mobiliário deve levar em conta as características deles. Entre os materias de apoio pedagógico necessários estão pranchas ou presilhas para prender o papel na certeira, suporte para lápis, computadores que funcionam por contato na tela e outros recursos tecnológicos.
Sugestões:
1. pergunte ao aluno e a família que tipo de ajuda ele precisa, se toma medicamentos, se tem horário específico para ir ao banheiro, se tem crises e que procedimento adotar se isso ocorrer.
2. Aqueles que andam em cadeira de rodas devem mudar constantemente de posição para evitar cansaço e desconforto.
3. Informe-se quanto a postura adequada do aluno, tanto em pé quanto sentado, e garanta que ele não fuja dela.
4. Se necessário, fixe as folhas de papel na carteira com fita adesiva. Os lápis podem ser engrossados com esparadrapo para auxiliá-lo na escrita, caso ele tenha pouca força muscular.
5. Ouça com paciência quem tem comprometimento de fala e não termine as frase por ele.

MENTAL
Tarefas individuais. Geralmente os deficientes mentais têm dificuldade para operar as idéias de forma abstrata. Como não há um perfil único, é necessário um acompanhamento individual e contínuo, tanto da família como do corpo médico. As deficiências não podem ser medidas e definidas genericamente. Há que levar em conta a situação atual da pessoa, ou seja, a condição que resulta da interação entre as características do indivíduo e as do ambiente. Informe-se sobre as especificidades e os instrumentos adequados para fazer com que o jovem encontre na escola um ambiente agradável, sem discriminação e capaz de proporcionar um aprendizado efetivo, tanto do ponto de vista educativo quanto do social.
Sugestões:
1. Posicione o aluno nas primeiras carteiras, de forma que você possa estar sempre atento a ele.
2. Estimule o desenvolvimento de habilidades interpessoais e ensine-o a pedir instruções e solicitar ajuda.
3. Trate-o de acordo com a faixa etária.
4. Só adapte os conteúdos curriculares depois de cuidadosa avaliação de uma equipe de apoio multiprofissional.
5. Avalie a criança pelo seu progresso individual e com base em seus talentos e habilidades naturais, sem compará-la com a turma.


FONTE: Revista Nova Escola; setembro de 2003; páginas 42 à 47


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